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Mostrando postagens de agosto 18, 2020

A superfície de Hemingway (I) – lendo “Up in Michigan” e “Indian Camp”

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Por João Arthur Macieira Ernest Hemingway, 1921. Arquivo John F. Kennedy Library. É muito raro na literatura, mesmo para aqueles que conquistam o respeito da crítica e o sucesso comercial ainda em vida, serem compreendidos. Mesmo um autor como Ernest Hemingway, que é, certamente, um dos mais lidos autores norteamericanos, ainda não deixou de fornecer material para os estudos literários na nossa geração. É verdade, porém, que o público e os críticos brasileiros que queriam elaborar esse material encontrarão dificuldades: o estudo da obra de Ernest Hemingway simplesmente não existe entre nós. Fora o belo livro de uma professora da Universidade de São Paulo sobre Hemingway e a Guerra Civil Espanhola¹ e uma dissertação defendida em 2019², não há produção acadêmica dedicada ao grande desse autor. Também se trata de uma obra literária que não chegou às grandes editoras, apesar do Nobel da Literatura em 1954. Tudo nos dá a entender que Hemingway é um escritor que viveu sua fama