História de quem foge e de quem fica, de Elena Ferrante
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Por Pedro Fernandes A grandiosidade de um escritor encontra-se na capacidade de falar sempre sobre a mesma coisa sem nunca deixar de parecer ao leitor que é a primeira vez que fala sobre. Assim, não resta dúvida de que Elena Ferrante filia-se à grande tradição do romance como a interessada em, no âmbito da literatura italiana, repensar os estatutos sobre a mulher, e no âmbito universal, contribuir para o debate sobre diversos conceitos e lugares inaugurados e sedimentados pelo feminismo. No terceiro volume que integra a série napolitana – ou no romance cuja estrutura deve ao buildungsroman , tipo em que se expõe de forma pormenorizada o processo de desenvolvimento físico, moral, psicológico, estético, social ou político de um sujeito desde sua tenra idade – os temas são os mesmos de quando começamos acompanhar sobre a vida de Lenu, alterego da romancista, e Lila, o outro de Lenu: as maneiras diversas de encarar a realidade e os desafios por ela impostos, o embate nas re