O segredo de Javier Marías
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Por Federico Guzmán Rubio Javier Marías. Foto: Chema Conesa Javier Marías (1951-2022) foi um romancista com um só tema, um só estilo e um só tempo. É muito. Seu caso é excepcional, considerando que a maioria dos romancistas deambula por tramas desconexas sem conseguir focalizar claramente um assunto, pratica uma escrita eficiente que nega a própria noção de estilo e não consegue apreender — seja para confrontá-lo ou para se deixar dominar — o seu tempo. Outra questão é que o tema é interessante, o estilo é de bom gosto e a relação com o presente é conflituosa. Claro, é aqui que entra em jogo o hospedeiro indesejado da crítica literária contemporânea: a subjetividade. Mas a escrita de Marías é tão pessoal que requer uma abordagem dessa natureza, já que para abordá-la não basta o punhado de categorias supostamente objetivas que servem para analisar qualquer romance bem conseguido. A obra de Marías obriga a nos posicionarmos e tomarmos partido, o que constitui um ato de dedicação à lite