Alda Merini. Vida de santa
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Por Martín López-Vega Aos oito anos de idade, Alda Merini (Milão, 1931-2009) perseguia o pai para explicar o significado da Divina comédia de Dante. Décadas depois, faria o mesmo com Pier Paolo Pasolini para revelar a riqueza de seus versos. É o que se conta em Delito de vida uma biografia em fragmentos construída por uma conversa com Luisella Veroli e publicada em espanhol pela Vaso Roto com tradução de Jeannette L. Clariond). Um dos capítulos mais famosos da vida de Merini, uma das poetas fundamentais do século XX italiano, é sua passagem pelos tratamentos psiquiátricos, contada em A outra verdade (1986). No prólogo que Giorgio Manganelli (talvez o grande amor de sua vida) escreveu para a primeira edição, ele afirma que “não é um documento ou testemunho de uma década passada pela escritora no manicômio. É um reconhecimento, mediante epifanias, delírios, estrofes, canções, revelações e aparições, de um espaço – e não de um lugar – no qual no vazio deixado pe