Enigma e sedução em A Hora dos Ruminantes: a originalidade de José J. Veiga
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Por Leila D. P. do Amaral A obra de José J. Veiga abre-se a uma multiplicidade de vozes – do historiador, do cientista social, do crítico literário etc. Lendo-a, somos convidados a uma participação ativa, a um processo de conhecimento e reconhecimento das realidades vividas pelos seus personagens. Ao criar um ambiente de mistério e de perplexidade, sua obra nos instabiliza para uma dimensão interrogativa, para uma atitude de rebelião. Já não queremos ser apenas leitores. O impulso provocado por ela é no sentido de sermos autores da escrita de nossa própria existência, reconhecendo os condicionantes objetivos e subjetivos para a realização da mesma. Na verdade, José J. Veiga é, se considerarmos que a linguagem é a fundadora da cultura e da sociedade e, portanto, da própria ciência, o escritor, o artesão da literatura, e, de certa forma, “um homem de ciência”. O local e o universal se dispõem, se compõem e se recompõem no artesanato literário da obra de Veiga. Penet