Vestígios de Carolina
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Por Pedro Fernandes Carolina Maria de Jesus. Foto: Ivo Barretti. Repete-se com alguma constância que Carolina Maria de Jesus é ou foi uma escritora esquecida no âmbito literário brasileiro. O sucesso do seu diário Quarto de despejo desde quando foi publicado em agosto de 1960, entretanto, contradiz esse discurso. Mesmo assim, esse tipo de afirmativa, longe de pertencer exclusivamente à escritora mineira, se fixa como uma verdade inquestionável e não poucas vezes assume o tom de lugar-comum cujo intuito parece ser o de seduzir o leitor pela responsabilidade de uma obrigação, como se uma culpa original da qual faça o que fizer não conseguirá limpar o passado doloroso do esquecido. É preciso dizer que o esquecimento nem sempre está associado à invisibilidade, embora seja correto afirmar a existência de práticas cujo intuito resulta na invisibilização e por conseguinte no esquecer. Mas, na maioria das vezes, esquecer é parte do processo de lembrar. As entradas e saídas na redoma lite