Rubem Fonseca — 90 anos: o relançamento de A coleira do cão
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7cVWMyN4mv3Q0CY1r2VEC7w8nBbg92VXcuGipnoHPITIokHOMunw9BgAxOkkHdAFLMHZO3IkrjsL9ZlWUAxKW66DCRWfy4ZTS9GaOeh76ApOSCWvwjw2goCkBFG3y34BjqgEKPcYy_sI/s640/Rubem+Fonseca+2.jpg)
Por Alfredo Monte «João continuou: Já viu coisa igual? Não acha que ele pode ser o campeão?. Eu disse: Talvez, ele tem quase tudo, só falta um pouco de força e de massa. O crioulo, que estava ouvindo, perguntou: Massa? Eu disse: Aumentar um pouco o braço, a perna, o ombro, o peito, o resto está — ia dizer ótimo mas disse: bom. O crioulo: E força? Eu: Força é força, um negócio que tem dentro da gente. Ele: Como é que você sabe que eu não tenho? » (trecho de “A força humana”) 1 Dois dos nossos escritores mais cultuados, ambos mestres na arte do conto, comemoram 90 anos em 2015: Dalton Trevisan e Rubem Fonseca, este último agora em maio — e um de seus títulos fundamentais, A coleira do cão (1965), tornando-se cinquentenário, ganhou nova edição pela Nova Fronteira 1 . Nele estão reunidos oito contos que ajudam a compreender por que Fonseca influenciou de forma decisiva, para o bem e para o mal, a ficção nas últimas décadas, sendo imitado à exaustão, inclusive nos