Roa Bastos e Juan Rulfo: as duas caras do exílio
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Por Jorge Eduardo Benavides Recentemente se cumpriram cem anos do nascimento de Juan Rulfo, esse mexicano astuto, calado e universal que depois de escrever um conjunto de contos e um romance – Chão em chamas e Pedro Páramo , respectivamente – decidiu empreender uma discreta viagem até o fundo de si mesmo e prender-se no exílio interior, nessa penumbra fresca que era como a antessala de onde contemplava os louros e as famas a partir de suas obras. Provavelmente faria isso com certa perplexidade, com dizem quem estava muito íntimo do escritor, pois era homem de acusada modéstia, pouco sensível às turbulências da fama e do ditirambo. Porque a partir do instante em que vieram a lume suas duas breves obras, complementares em estilo e potencialidades, estouraram como fogos de artifícios as referências, os estudos, as críticas, as sucessivas edições e traduções para diversos idiomas: nunca antes trezentas páginas escassas serviram para conformar um corpo narrativo que sessen