Vivos na memória, de Leyla Perrone-Moisés
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH3vMR_x1fYPgd8SvC2gj66U_K5Ib2QOUiLP3NKWmh1vWh7gyc3kEqYhQvTxh-xDaqKEwUmcgQRkH0ozbmwRMPd7-dPIzflK0zziUwZI5IUPm-EUH3lKsOglwtNjhTL4fJ_4M6WTGAswQ/w428-h640/vivos-na-memoria-leyla-perrone-moises.png)
Por Pedro Fernandes Muito se escreveu sobre o assoreamento da nossa sociedade pelo feroz domínio das leis do consumo. Este é um dos debates intermináveis com poucos ou quase nenhuns resultados: apenas pressentimentos de variada forma, dos mais fatalistas aos mais positivistas, puxados por aqueles que facilmente se ajustam à correnteza das coisas, como se essas, também num movimento irrevogável, acontecessem independente de nossa intervenção. Entre um limite e outro, a saída parece se inscrever numa zona ainda neutra de nossa inteligência; talvez porque educados no interior de uma cultura da dicotomia, ou mesmo de uma certa leitura da dicotomia, pouco enxergamos a difusa área que nos permitiria acompanhar o curso dessas transformações mas sem nos deixar cegar pela sua ofuscante luminosidade. Um dos problemas do nosso tempo — é um problema exatamente porque deixou de ser um sintoma da contemporaneidade — agravado pelos modelos sociais vigentes é uma dificuldade de construir segurame