Tirza, de Arnon Grunberg
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Por Pedro Fernandes A vida que se esconde no subsolo. Esta é uma definição acertada para Tirza , de Arnon Grunberg. Este é um romance que volta a algumas das obsessões do escritor, sobretudo aquela que poderíamos designar como o impasse entre culturas num estágio da civilização ocidental em que essa se vangloria de que as relações globais é sua maior conquista depois de instaurada as fronteiras de nação e de identidade nacional. Mas, nele, o holandês se debruça a investigar o complexo das relações de posse imposto por um modelo familiar segundo o qual os pais têm sobre os filhos uma responsabilidade desmesurada de prepará-los para mundo e em parte alimentados pelo desejo de não perecerem, no futuro, do abandono e do esquecimento. Nesse ínterim, a personagem Jörgen Hofmeester é um retrato ideal através do qual se pode avaliar agudamente a condição em que a posse é tornada obsessão individual ao ponto de toda uma existência ser canalizada para o que, aos olhos do manda