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Mostrando postagens de agosto 25, 2022

Manuel Puig e o poder dos às margens

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Por Ariel Schettini Manuel Puig. Foto: Ulf Andersen.   A esta altura da cultura já não é mais necessário apresentar Manuel Puig à comunidade de leitores. Todos o conhecem; e os que ainda não o conhecem, deveriam fazê-lo. Tornou-se um símbolo nacional. E, sem dúvidas, é o romancista argentino mais importante do século XX, comparável apenas a Roberto Arlt e Julio Cortázar. Mas é sempre injusto comparar artistas, porque suas obras são incomensuráveis.   Ainda assim, poderia se pensar, em um contexto latino-americano, como o escritor mais urbano e cosmopolita da geração do pós-Boom. E ainda mais, um dos poucos escritores argentinos que pode ser parte da imaginação coletiva em dois sistemas, o das livrarias — no mercado dos Best-sellers — e no das academias.   Todos sabemos que esses dois modos de circulação da literatura se confrontam e se opõem universalmente. Mas, a obra de Manuel Puig ultrapassa as fronteiras definidas entre as teses e as caixas registradoras com a comodidade indiferent