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Mostrando postagens de fevereiro 13, 2024

Kallocaína, de Karin Boye. Outra volta ao parafuso das relações Estado-indivíduo

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Por Francisco Martínez Hidalgo Karin Boye, 1940. Foto: Sven Torin. Arquivo Museu Alingsås.   Embora inúmeras obras tenham sido escritas com enfoque no tema das relações Estado-indivíduo, ainda existem algumas que, pela sua abordagem ou desenvolvimento, guardam uma originalidade capaz de surpreender até o leitor mais experiente. Com Kallocaína estamos diante de um desses poucos casos. E não porque lhe faltem elementos constantes em relação a todas as outras obras, algo até inevitável se olharmos para o contexto da sua produção (1938-39) ou da sua publicação (1940). A excepcionalidade deste romance reside na sua perspectiva original: a narradora observa um assunto, inúmeras vezes discutido, a partir de um prisma refrescante e com elementos inovadores, a partir do qual reflete sobre aspectos frequentemente ignorados.   A chave desta originalidade vem da voz também inusitada de sua autora: Karin Boye (Suécia, 1900-1941). Ela foi uma poeta de extrema sensibilidade, politicam...