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Mostrando postagens de abril 13, 2011

Miacontear - Inundação

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Por Pedro Fernandes Minhas lembranças são aves. A haver inundação é de céu, repleção de nuvem. * O traço de sonho do im possível é uma constante, como já notei em O homem cadente . Este Inundação o recupera e vem intercalado por outro traço, o da memória, o das lembranças. Envolto numa atmosfera onírica, temos aqui o tom agridoce da recordação que perscruta o espaço da casa e os movimentos da figura materna - como a figura central, que ordena (no sentido de organizar, cuidar), a que põe sentido, mas também com a que padece de um estágio de submissão pelo tom com que são trabalhadas e retrabalhadas a ideia do canto materno: "Bastava que a voz de minha mãe em canto se escutasse para que, no mais lúcido meio-dia, se fechasse a noite. Lá fora, a chuva sonhava, tamborileira. E nós éramos meninos para sempre."¹  Aliás, parece ser esse o tom do feminino nesses contos de O fio das missangas . São mulheres presas em universos pequenos, redomas subjetivas, cercadas por u