A menina silenciosa e os sons do silêncio
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Por Ernesto Diezmartínez Em um determinado momento decisivo de A menina silenciosa (An cailín ciúin, Irlanda, 2022), o amável pai postiço Seán (Andrew Bennett) diz à filha transitória Cáit (a extraordinária estreante Catherine Clinch) que não há nada de errado com permanecer em silêncio. Às vezes é o melhor que se pode fazer. “Muitos perderam muitas coisas só porque perderam a oportunidade perfeita para continuar calados”, diz Séan calmamente a Cáit, que, como sempre, está com os olhos expressivos bem abertos, sempre em guarda, aprendendo e apreendendo regras e comportamentos que lhe são estranhos. Estamos algures no interior da Irlanda, no início da década de 1980. Cáit tem nove anos e é a filha mais velha de dois rudes agricultores que têm cinco filhos. A mãe (Kate Nic Chonaonaigh) está grávida novamente e o pouco que o pai (Michael Patric) ganha, quando não está jogando ou bebendo em alguma “ceia líquida”, não é suficiente para sustentar sete bocas famintas. Para aliviar o pes