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Púchkin: A filha do capitão e Evguiêni Oniéguin — formação e cisão

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Por Joaquim Serra Púchkin. Pintura: Vasily Tropinin   A filha do capitão é um ótimo exemplo do encontro profícuo entre literatura e história. Boris Schnaiderman, em Os escombros e o mito , escreveu que não se trata da sujeição de uma à outra, mas de reconhecer a importância do limite entre elas. O ponto alto desse encontro, segundo o crítico, é Dostoiévski em Escritos da casa morta , romance em que o autor se baseia em sua experiência carcerária na Sibéria. Continuando essa tradição do romance de cárcere, no período soviético, Soljenítsin revelou “a ponta do iceberg” — segundo o crítico — da vida no Gulag, enquanto Chalámov foi além, ao repensar os limites dos gêneros literários para descrever eventos históricos. A seguir, vamos tratar de aspectos mais formais das duas obras de Púchkin, já que ambas as traduções estão muito bem ancoradas por paratextos contextuais.   A revolta de Pugatchóv havia sido objeto de estudo de Púchkin. Na tentativa de se tornar o novo tsar, Emilian Pugachóv