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Mostrando postagens de junho 21, 2018

O amante detalhista, de Alberto Manguel

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Por Pedro Fernandes  “A totalidade não deixa espaço para o desejo”. A constatação do narrador de  O amante detalhista  explica claramente sobre o tema principal de sua narrativa. Descrita de maneira errônea por grande parte das leituras como a história de um  voyeur , consideração que despreza mesmo a sinopse oferecida na divulgação da obra ou mesmo a explicação, certamente motivo para a nota, do próprio narrador, quem assim explica: “Vasanpeine não era um expectador. Era um ator à espera do sinal para entrar em cena”.   Anatole Vasanpeine, é um solitário homem de existência anódina qual as paredes da catedral Notre-Dame-la-Grande, da qual é vizinho, que começou muito cedo a trabalhar na casa de banhos de Poitiers. O narrador, herdeiro da estirpe dos grandes enciclopedistas, decide, motivado pela leitura de um ensaio de um tal Terradillos reanimar essa “vida desperdiçada”. Não é, ao que parece, o contato com este texto o elemento principal da investigação, mas um intere