Rua da padaria, de Bruna Beber
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Por Pedro Fernandes A poeta Bruna Beber. Foto: Jornal O Globo Se algum dia a poesia serviu de conselho a alguém, há um poema dentre os mais significativos da poética de Carlos Drummond de Andrade que não deve ser desprezado e seguido à risca, muito embora o próprio autor de A rosa do povo tenha ferido os princípios norteadores desse “conselho”. Em tom de manifesto, o poema é “Procura da poesia” e foi publicado já no assentamento das formas daquele movimento cujo início aparece datado a partir da Semana de Arte Moderna de 1922. “Não faças versos sobre acontecimentos./ Não criação nem morte perante a poesia./ Diante dela, a vida é um sol estático,/ não aquece nem ilumina./ As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam./ Não faças poesia com o corpo,/ esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica./ Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro/ são indiferentes./ Nem me revele teus sentimentos,/ que se prevalecem do