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Mostrando postagens de abril 24, 2018

Torquato Neto, exercício de liberdade

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Por Pedro Fernandes eu sou como eu sou pronome pessoal intransferível do homem que iniciei na medida do impossível Os versos que abrem este texto são do poema “Cogito” incluído na antologia Melhores poemas Torquato Neto preparada por Cláudio Portella. É um daqueles textos em que o poeta exercita uma definição sobre si, um trabalho de constituição de sua identidade pela obra da qual é criador e pela qual, por que não, também se cria. Possivelmente, este poema deve comparecer em quaisquer coletâneas do poeta, porque é uma de suas melhores composições. A afirmativa está livre de qualquer arroubo heroicizante sobre um poeta continuamente redescoberto nos últimos anos. E, muito menos, se interessa em reduzir o valoroso trabalho criativo do autor a apenas um texto. E, ainda que fosse, sosseguemos, era já motivo para não o desmerecer do epíteto que o designa. O diálogo desse poema é com o pensamento fundador da razão proposto por René Descartes no seu Discurso do