Harold Bloom, guardião do cânone ocidental
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Por Pedro Fernandes “A ideia de que beneficiamos os humilhados e ofendidos lendo alguém das origens em vez de ler Shakespeare, é uma das mais curiosas ilusões já promovidas por ou em nossas escolas.” No início de 2019 revisitei O cânone ocidental — de onde é pinçada a frase acima. Este é talvez um dos textos de crítica literária mais lidos ao redor do mundo; até este ano aparece publicado em mais de quarenta idiomas. É também um dos mais contundentes da crítica literária, por mais controverso que pareça aos olhos de muitos aferrados à desconstrução ou de puros inimigos do conservadorismo. Mas denuncia que o seu autor era um homem de rigor. Possivelmente, tão cedo não teremos outra figura capaz de construir enfrentamentos com perspicácia e grande fôlego. Sim, os ambientes intelectuais como os por onde circulou estão empestados de senhores vestidos de convicções, de opiniões, de alguma sagacidade, enquanto do que mais carecem é de rigor, perspicácia e fôlego.