A ignorância, de Milan Kundera
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7OQrGnozZLQeW_s9Kkmpi8X7XWnifrMra5nkIbuIdLg_aIKEFsP7S7-CQ94eGY5oC05dV45SRd_1JfMGaHKPSAbk11BT99G7hz20qBSVcYfac9t43oON97x4s8cVNyPXu7uB563KquQ/s1600/Sem+t%25C3%25ADtulo.png)
Por Christopher Domínguez Michael Não sem certa culpa descobri, ante A ignorância , que há quinze anos não lia um romance de Milan Kundera. A brincadeira (1967), A vida está em outro lugar (1973) e O livro do riso do esquecimento (1978) formam uma trilogia essencial na e sobre a história contemporânea da Europa. Irei mais longe: Kundera foi decisivo para que muitos leitores ocidentais rompêssemos as últimas amarras sentimentais e simbólicas com o universo stalinista. Quando vivíamos à sombra da cinzenta árvore da ciência, perdíamos o tempo buscando em Trótski, Bruno Rizzi, Charles Bettelheim ou Rodolf Baho uma iluminação teórica que prometia entender esse eufemismo chamado “real socialismo”. Kundera, com essa convicção não apenas brinda a arte do romance, aparece para permitir, às vítimas da ilusão lírica, o festejo da queda do Muro de Berlim em 1989. Mas a história castiga seus profetas. Kundera, nascido na antiga Tchecoslováquia em 1929 e refugiado em Paris desde