O poder da literatura
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEhlXvU-uFDHSwstw9Mooo4u6PhfjZShIqLuw8OoKnoqFiJwQtPSmhgpSKPN14nRwRIar4tHxdihhHaHjMRJokDNZuU_atT9aA3XXRW6i-JcDqu2-R8ZT9LU7ZjR7HEDFgH0vntZnbwxE/s1600/Ralph_Steadman_-_Franz_Kafka_1080pix_1080x.jpg)
Por Mario Goloboff Franz Kafka por Ralph Steadman Na obra de Franz Kafka, as ações humanas parecem não obedecer a outra lógica que a da deterioração de toda convivência civilizada. Nem mesmo os rudimentos do marxismo, orgulhosamente cultivados ao quase sair da infância, nem o estudo das assim chamadas ciências jurídicas e sociais durante a juventude, nem o contato com textos teóricos ou de ficção acerca de realidades alheias ou próprias, nem as sofridas vivências exteriores me revelaram tanto sobre as inconsequências da sociedade como a leitura precoce e insistente dos textos de Kafka. A capacidade para a autodestruição sistemática e obcecada de valores e bens que se observa e surpreende em nós, não apenas nos que precederam a última ditadura mas também nos que sobreviveram a ela, parece um esboço, um projeto de algum dos grandes textos kafkianos. E o zênite que dita capacidade alcançou durante essa inqualificável etapa deixa-se, não sem sarcasmo, representar-se pelo no