Praia do futuro, de Karim Aïnouz
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Por Pedro Fernandes Há muito que já não faz mais sentido a expressão: o cinema brasileiro não presta. Talvez o que nos falte é justamente descobrir as boas investidas no gênero, afinal, os grandes conglomerados cinematográficos estão muito presos ao tipo comercial, aquele que tem cobertura pela grande mídia e que às vezes a única aposta feita é a de tentar arrancar à força um riso do espectador com a falsa ideia de ser uma peça de humor. Aquilo que circula no grande circuito é, de fato, muito ruim, com raras exceções. Aïnouz é nascido em Fortaleza e tem no currículo produções fabulosas como Madame Satã (2002), O céu de Suely (2006) e agora Praia do futuro (2014), uma narrativa que se desenvolve entre Brasil e Alemanha. Nos dois últimos títulos, o cineasta aposta na história simples, sem efeitos mirabolantes; aposta na força da forma de contar e do registro fotográfico. E consegue. Logo, alcança a essência da arte cinematográfica. O filme que teve estreia