1912: o ano do big bang de Franz Kafka

1912 é um
ano decisivo na vida e obra de Kafka. Tanto que, em seu desenvolvimento, nem
uma nem outra, inextricavelmente unidas, resultam compreensíveis sem conhecer esse tempo estruturador. Várias são as razões que validam esse argumento. E sobre elas que aqui falamos. Em primeiro
lugar, no dia 13 de agosto daquele ano, Kafka conhece Felice Bauer na casa dos
pais de Max Brod. De todas as mulheres que articulam a vida emocional de Kafka,
nenhuma como Felice retrata não só o que Kafka chegará a ser, mas sobretudo o
que nunca será: marido, pai, um homem com raízes. A relação com Felice, sua
vertigem de compromissos uma e outra vez adiados e pouquíssimos finalizados, desenha com
singular empenho sua infernal solteirice, sua incapacidade (e, talvez sua
terrível ânsia) para uma vida doméstica comum, que Kafka elevou, para variar,
ao universo da sua literatura.
Mas, não apenas a vida sentimental de Kafka será marcada para sempre em 1912. Também sua vocação como escritor, sua paixão e conde…
Mas, não apenas a vida sentimental de Kafka será marcada para sempre em 1912. Também sua vocação como escritor, sua paixão e conde…