O libertino moderado
Por Juan Claudio de Ramón Cocanha. Pieter Bruegel Existe um problema com a libertinagem e consiste em saber se somos a favor ou contra. É um ideal válido e alcançável? Depende do que se entende por libertino, diremos. Vamos pensar em todos os seus nomes: hedonista, dissoluto, depravado, desordeiro, vicioso, pervertido, canalha, festeiro etc. Cada um deles designa um grau de excesso que merece um julgamento diferente. Admiramos o amigo sedutor que conhece os corpos indistintamente, cada noite uma perfeição diferente; nós o imaginamos transbordante de alegria e secretamente o invejamos; mas basta imaginar uma presa abandonada, um cônjuge traído, para que certo verme comece a furar a nossa consciência. Mais um delito e nos separamos; um limite ultrapassado: nojo. Mas onde está esse limite? Existem cinismos e crueldades que nos divertem. Outros que nos enojam. Entre eles há toda uma gama de perversões que levantam dúvidas: polegar para cima ou polegar para baixo? E, supondo que soubé...