O feiticeiro, de Xavier Marques
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Por Pedro Fernandes É recorrente entre os leitores um argumento que, talvez por se repetir com alguma frequência, adquiriu um estatuto de verdade inquestionável e todos nós, alguma vez, teremos nos utilizado dele: é o de que tempo é sempre o melhor indicativo sobre a permanência de uma grande obra literária. Sim, todos os livros que lemos como clássicos da literatura resistiram às forças de Cronos. Mas não existem quaisquer garantias, mesmo se continuarmos a existir por tempo posterior igual ao que alcançamos, que estas obras permaneçam lembradas e lidas com o fervor notável na nossa contemporaneidade. Da mesma maneira que a permanência de um livro não se deve exclusivamente ao tempo, parece limitado entender os esquecimentos como um acontecimento proposital, motivado em exclusivo pelas artimanhas das ideologias dominantes. Nesse caso, a tendência tem demonstrado o seguinte: as obras filiadas estreitamente aos motivos ideológicos correntes estão entre as primeiras fadadas ao esque