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Um romance sobre nossa temporalidade fragmentada

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Por Rafael Kafka Já disse em outros textos meus, ali de meado de 2013-2014, quando estava afundado nas águas do realismo mágico, em especial nas obras de Julio Cortázar, que o realismo mágico é algo que me encanta, pois ao mesmo tempo que segue uma fórmula aparentemente simples na lógica, apesar de difícil execução – a mescla do real com o fantástico, resgatando o sentimento de absurdo – ele não possui regras fixas. Por conta disso, ao mesmo tempo que é possível reconhecer em autores como Cortázar, Llosa, García-Márquez elementos de proximidade bem claros, é impossível também não reparar nas diferenças abissais de estilo. O realismo mágico, depreendo do discurso de Gabo ao receber o Prêmio Nobel, é a linguagem que dá conta dos fatos e de sua lógica particular ocorridos na América Latina, algo que se torna mais evidente em momentos de pandemia combinados com a megalomania de um presidente déspota. Porém esses fatos assumem diferentes formas de exposição do real a parti