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Não adianta morrer, de Francisco Maciel

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Por Pedro Fernandes Este título de Francisco de Maciel, Não adianta morrer , é parte do verso de um poema dentre os mais conhecidos de Carlos Drummond de Andrade, “Os ombros suportam o mundo”. A confirmação dessa realização não é adivinhada pelo leitor porque revelada pelo próprio autor numa das epígrafes que abre o romance: “Alguns, achando bárbaro o espetáculo, / prefeririam (os delicados) morrer. / Chegou o tempo em que não adianta morrer”. As duas obras mantêm relações muito além de um verso que se transforma em título. Ambas veem o mundo entre o tom desencantado da resignação – de que já não sobra mais o que ser feito pela comunidade humana uma vez que esta parece haver escolhido uma vereda estreita e escura cuja saída ficou perdida e existir é agora só um tateio nas trevas – e o tom irônico, mordaz, que olha com a ideia do rebaixamento proposital da espécie, como se buscasse ser o motivo de reinventar as percepções do homem sobre o homem. Entre uma via e outra se