Benito Pérez Galdós, o sublime observador
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Por Rafael Narbona Benito Pérez Galdós fez o possível para ser um homem destituído de biografia. Leopoldo Alas chegou a duvidar que o escritor canário não tivera mais história que a de suas criações. “Sim, as terá. Mas as tem sob sete chaves”. Eugenio d’Ors elogiou essa discrição: “Nada sabemos sobre tu, Galdós misterioso. E na verdade nesse desconhecimento nosso esconde-se tua mais perfeita obra de arte”. Tímido, discreto, afetuoso, apaixonado pelas mulheres mas com medo de compromissos, amante das crianças e dos animais, cortês, calmo e sem pretensiosismos, mas nem todos os que viveram com ele o recordam como uma pessoa fácil: “embora bondosamente afável – comenta Antonio Maura – era seco, frio, reservadíssimo”. Desde sua morte em Madri a 4 de janeiro de 1920 se escreveu uma infinidade de biografias. Até a presente data, a mais completa e exaustiva é a de Pedro Ortíz-Armengol ( Vida de Galdós , 1955), cuja densidade narrativa evoca a atmosfera dos melhores “romances es