O espaço mínimo para a memória
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZrET1RgUUF12E4DYTEf7Z1jeVKhGAnJNltrOyTMHwyVo6L0tBqfNxhOPfUhSj8ThpH8WYuAqC2AQESDV1L9ZHKQSEZm0bFb3Ht-TlA0atvMsGKqFGaFMzb9OmCiB2yz_z11X5z87Vmy0/s1600/apartment-50.jpg)
Por Paula Luersen Foto: Ishiuchi Miyako Uma blusa cor-de-rosa de mangas curtas, gola dobrada, pequenos botões. Ao que tudo indica, uma blusa cor-de-rosa de tamanho médio. O tecido está amassado. As mangas estão rasgadas. Faltam os primeiros botões. Nas costas e na lateral, mistura-se ao cor-de-rosa um tom terroso que também aparece salpicado em outras partes do tecido. É o vestígio material de uma tragédia. Antes, ali, entre rasgos e manchas de terra, habitava um corpo. A blusa foi fotografada pela artista Ishiuchi Miyako e é uma das peças de roupa que compõem o memorial das vítimas da bomba de Hiroshima, no Japão. Uma série de placas de mármore com imagens gravadas. Pela sequência de fotos e textos informativos, entendemos que ali está a narrativa heroica de uma guerra. Na placa de mármore final, a imagem derradeira: o grande cogumelo causado por uma explosão nuclear. Logo abaixo da imagem, uma descrição curta a situa como um registro da bomba de Hiroshima. Acima da