Manual de instruções para ler Lolita
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJN0dCJ2Sg4OI-uuhWCWIabPcK7VN40ya7RcX2yaj3cc7lg2WKeDyzYSQTdILxTl5Yv7_ae_J0mLzPS62-b3IM7VwOTZeR2rQhL9e9U1E_9g2pRQWAFY5m0e0kiQJYJsGmRWSIxDpK8Q/s1600/1519756225_428228_1519757514_noticia_normal_recorte1.jpg)
Por Tereixa Constenla Diz Vladimir Nabokov: “Lolita não é uma menina perversa. É uma pobre menina que a corrompem (...) É muito interessante se considerar, como fazem vocês jornalistas, o problema da tonta degradação que a personagem da ninfeta que eu inventei em 1955 tem sofrido entre o grande público. Não apenas a perversidade da pobre criatura foi grotescamente exagerada mas o seu aspecto físico, a idade, tudo foi modificado por ilustrações em publicações estrangeiras. (...) Representam-na como uma jovem de contornos opulentos, como se dizia antigamente, com cabeleira loira, imaginada por idiotas que nunca leram o livro”. Em 1975, durante uma entrevista com Bernard Pivot no programa Apostrophes em que respondeu as perguntas por escrito e com uma garrafa de uísque, Nabokov foi um apóstata da Lolita tratada desde há mais de uma década pelo cinema e pelas revistas. A versão de Stanley Kubrick estreada em 1962, com Sue Lyon como protagonista, se impôs no imaginário univer