Em torno do “Silêncio na era do ruído”, de Erling Kagge
Por Maria Vaz Erling Kagge Foto: Thomas Ekström De capa pálida em letras claras. Chamou-me a atenção a ideia antitética que dá nome ao livro. Desfolhei as páginas e pude ler uma escrita pragmática mas, ao mesmo tempo, provinda de alguém que busca a raiz das coisas ou das ‘não-coisas’ que nos enredam naquilo que está além de nós e nos supera. Confesso que quando adquiri o livro desconhecia que o seu autor fosse um grande aventureiro e explorador, que viajou por alguns dos locais mais inóspitos do planeta, muitas vezes sozinho. Depois percebi que, além de ser jurista, a dada altura trocou o direito pelo estudo de filosofia em Cambridge e que, mais tarde, abriu uma editora na Noruega, ao mesmo tempo que se iniciou na escrita sobre as suas viagens e sobre a arte, que considera uma das suas grandes paixões. Pronto, a partir daí ganhei uma certa empatia com ele: gosto de direito, filosofia, arte, viagens e de escrever. Quando percebi que a paixão do autor pelas viagens er...