Uma gracejante obra-prima que expandiu as possibilidades do romance
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Por Parul Sehgal Seria possível que o romance mais moderno, mais surpreendentemente vanguardista que apareceu esse ano tenha sido originalmente publicado em 1881?* Este mês marca a chegada de duas novas traduções de Memórias póstumas de Brás Cubas , a obra-prima do romancista brasileiro Joaquim Maria Machado de Assis, uma história metaficcional e metafísica narrada por um homem que morre de pneumonia. Muito sinistro? Esqueci de mencionar que ele é carregado para o além no dorso de um volúvel e enorme hipopótamo. Se imaginarmos o progresso histórico do romance como a evolução do homem — do vergado primata ao ereto homo sapiens — o livro de Machado representa o momento em que o romance aprendeu a dançar. O livro lança mão do gosto onívoro do seu criador: tragédia grega, Shakespeare e Schopenhauer, fermentados pela tradição picaresca de Cervantes e Laurence Sterne. Sua experimentação formal e jocosidade são consideradas precursoras dos romances de Nabokov, Calvino e dos pós-modernistas am