Cecilia
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Por José Larraza Em A rosa púrpura do Cairo (Woody Allen, 1985), Cecilia (Mia Farrow) se refugia diariamente no cinema para escapar de um marido violento e de uma vida odiosa durante os anos da grande depressão americana. Escolhe sonhar e consegue graças ao cinema. O mundo real tem sido um berçário para Cecilias — não necessariamente tão infelizes quanto a personagem — cuja vida não se explica sem uma sala de cinema. Muitas ainda continuam aqui; ninguém iguais a elas reconhece a tristeza destes tempos e a força balsâmica do cinema. Assim foi uma grande parte de sua vida. É que os filmes de hoje não são o que eram, o cinema de antes era outra coisa, não há artistas como aqueles... Muitos de nós crescemos com a mesma cantilena repetida por mães, tias, avós — domina o gênero feminino — e outras Cecilias em potencial cujo maior entretenimento sempre foi devorar filmes; de adolescentes nas lotadas sessões dominicais, jovenzinhas nas exibições paroquiais, equilibradas nos galinheiros, secre