Senhores do orvalho, de Jacques Roumain
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Por Pedro Fernandes A utopia é o lugar ou estado ideal de completa felicidade e harmonia entre os indivíduos. Uma vez vencida tantas passagens da história, esse sentido original, como tantos outros, pode se incluir no extenso rol das coisas que atravessam o que rotineiramente chamamos por crise ; e, os mais engajados no radical ceticismo do nosso tempo podem bem decretar que a utopia está morta. Ora, é admissível a crise, afinal, nenhuma variação se caracteriza sem ao menos atravessar um estágio semelhante, mas admitir o fim definitivo parece apenas repetir outra vez o interesse pela catástrofe total. Sim, falamos sobre a morte de Deus, da história, do socialismo, das ideologias, do capitalismo, e até, no caso específico do universo literário, a morte do autor, da poesia, do romance, da crítica literária e mesmo da própria literatura. E, curiosamente, tudo isso perdura. É possível dizer que a transformação ― fator determinante a tudo que vive ― não deixou de atuar modificando forma