10:04, de Ben Lerner
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Por Pedro Fernandes Com este romance, Ben Lerner parece querer dizer que toda literatura é literatura do eu: toda obra literária é produto de um movimento cujo epicentro é o próprio autor, para recordar um texto de Laura Fernández que concorda neste mesmo ponto. Sabendo disso, o romancista forja um narrador marcado pelas mesmas características que embalam a existência dessa categoria no romance: o de ser máscara, disfarce do autor. A diferença é que, como em toda metaficção, aqui o leitor tem acesso ao que se passa na coxia ou aos movimentos da caixa de máquinas desse sistema. Antes de melhor compreender essas questões é necessário esclarecer que a ressurreição do autor não significa a morte do narrador tampouco o autor sobre o qual falamos deve se confundir com a pessoa física e cívica do escritor. Este último tem a existência marcada no texto pela referência pré-textual mostrada na inscrição de seu nome enquanto autor do texto que o leitor tem em mãos. Mas o autor