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Mostrando postagens de março 12, 2008

A vertigem corrigida

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Por Antonio Ortega Mais de um século depois de sua morte e não somos capazes de determinar o alcance da figura e da obra de Arthur Rimbaud. Quase sempre nos contentamos em assinalar a extraordinária velocidade como sucedeu sua vida e a prodigiosa capacidade de sua escrita. Dos grandes poetas da literatura francesa moderna, seguramente é quem tem exercido uma influência mais decisiva. É a uma só vez ponto de chegada e de partida, exemplo do movimento incessante do ato mesmo da criação: uma obra tecida sobre a mesma tela da existência, fruto de uma continuidade em que a escrita se antecipa à vida proclamando seu futuro. O inventário existencial e espiritual que aparece em seus textos poéticos, com sua carga literária e vital, vem reafirmar esta premissa com seu testemunho confiável: “Pautei a forma e o movimento de cada consoante, e, com ritmos instintivos me orgulhei de inventar um verbo poético acessível, cedo ou tarde, a todos os sentidos”. Uma centena de páginas bastaram par