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Essa gente: uma análise da crise moral da elite carioca

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Por João Arthur Macieira   Figura mais do que conhecida do meio artístico brasileiro, Chico Buarque também criou seu espaço no campo literário, principalmente depois da publicação de Estorvo (1991). Isso porque sua literatura, tal qual sua música, pode combinar, através de uma polifonia que não se imiscuiu de pular do masculino ao feminino, da “alta cultura” à cultura popular, dos apartamentos do Alto Leblon às favelas, rodas de samba e mundo do crime que habitam o Rio de Janeiro. Se em Estorvo , como bem observou Roberto Schwarz, era possível perceber uma espécie de degradação moral daquilo que se pode chamar de “povo brasileiro” — isto é, os personagens que emergem naquela narrativa que representam as camadas pobres da população já eram marcados por um comportamento que seria chamado por Laval e Dardot de produção da fábrica de sujeitos neoliberais — em Essa gente (2019) foi a vez das elites cariocas, em especial aquelas em decadência financeira (o que engloba, possivelmente, todas