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Mostrando postagens de setembro 15, 2020

Tema ou técnica? II – Mário de Andrade e a verdade pessoal do artista

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Por Guilherme Mazzafera  “a obra é tanto mais artística quanto mais definidos os seus canais de expressão” Herbert Read 1 Kazimir Malevich. Três mulheres. Em “A raposa e o tostão”, texto originalmente publicado em 1939, Mário de Andrade alerta sobre os jovens escritores de então que, dotados de evidente valor, mas apressados e “ignorantes dos problemas da forma”, pensam que escrever é simplesmente “deixar correr a pena sobre o papel” (ANDRADE, 1944, p. 93). Em um diagnóstico mais amplo, reconhecendo a grande vitalidade e produtividade do período, Mário observa:  “A literatura brasileira está numa fase de apressada improvisação, em que cultura, saber, paciência, independência (só pode ser independente quem conhece as dependências) foram esquecidos pela maioria. E foi principalmente esquecida a arte, que por tudo se substitui: realismo, demagogia, intenção social, espontaneidade e até pornografia.” (p. 94) Diante desta situação, Mário advoga pela necessidade