Itinerário do tempo, de Jonas Leite
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Por Pedro Fernandes O nascimento de um poeta deveria ser um motivo de celebração. Mesmo num país feito de um poeta a cada esquina e um leitor em cada estado; mesmo num país que muitos dos seus poetas não se leem ou apenas os de um reduto se contemplam, se acarinham e se autoconsideram os senhores poetas do país, os continuadores de uma estirpe ou os seus negadores. Tudo isso mais o espalhamento dos tentáculos que constituem o estamento dos desumanos reforçam que, sim, o nascimento de um poeta deve ser celebrado. Como é recorrente na maioria dos casos, isso que encontramos como o livro de estreia e que sempre tratamos como o ponto de nascimento do seu autor, é sempre uma pequena ilusão. Afinal, é quase sempre impossível determinar precisamente o começo de tudo. A criação poética não é pura revelação. Embora alguma vez se tenha acreditado nisso, contemporaneamente quando entendemos a escrita como um ofício e seu produto como uma parte desse esforço, não nos resta qualquer dúvida de