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Mostrando postagens de dezembro 21, 2022

The happy few: lendo Stendhal

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Por Pablo Sol Mora Stendhal. Arte: Jean-Louis Ducis.   A anedota, contada pelo próprio autor em Roma, Nápoles y Florencia , é bem conhecida: ao contemplar os afrescos da Basilica di Santa Croce, em Florença, Stendhal vê-se tomado de grande emoção; seu pulso se acelera, ele sente vertigem, tontura e está a ponto de desmaiar. Assim nasce o que a psicologia batizaria mais tarde como a Síndrome de Stendhal, ou seja, uma reação psicossomática extrema diante de uma grande obra de arte. 1 Contudo, creio que poderíamos falar de outra Síndrome de Stendhal: a causada por ele mesmo e a fascinação por sua obra. Eu a contraí quando li O vermelho e o negro pela primeira vez e espero dela jamais me curar.   Li O vermelho e o negro relativamente tarde, ou seja, não na adolescência, quando lia, em estado de febre, os romancistas russos, mas só um pouco depois, aos vinte dois ou vinte e três anos. Um belo dia, em um sebo que havia na esquina da minha casa e na qual adquiri muitos livros, La Rueca de