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Mostrando postagens de junho 19, 2014

As Teixeiras e o futebol

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Por Rubem Braga Com os Andradas tínhamos feito uma espécie de pacto; a gente não jogava bola na rua defronte a casa deles, mas um pouco para cima, onde havia um muro que dava para o quintal da casa; em compensação, eles deixavam a gente pular o muro e apanhar a bola quando caía lá. Mas o muro não era bastante comprido, e assim o nosso campo abrangia, como eu ia dizendo, algumas janelas das Teixeiras. As quais, eu também já disse, não apreciavam o futebol. Quando a gritaria na rua era maior, uma das Teixeiras costumava nos passar um pito da janela, mandando a gente embora. O jogo parava um instante, ficávamos quietos, de cara no chão – e logo que ele saía da janela a peleja continuava. Às vezes aquela ou outra Teixeira voltava a gritar conosco – começavam por nos chamar de “meninos desobedientes” e acabavam nos chamando de “moleques”, o que nos ofendia muito (“Moleque é a senhora!” – gritou Chico uma vez), mas de modo algum nos impedia de finalizar a pugna.

Polêmico nos palcos

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Por Dirceu Alves Jr Chico Buarque ao lado do elenco de Ópera do malandro  em confraternização.  A disparada de Chico Buarque ao sucesso e às polemicas começou sem ele mesmo perceber. Diante do estouro de A Banda no II Festival de Música Popular Brasileira, na TV Record, o compositor de 22 anos se viu alçado à condição de unanimidade nacional. Mais de 50 mil compactos vendidos em poucos dias, um salário polpudo para comandar o programa de televisão Pra ver a banda passar , ao lado de Nara Leão, e uma agenda de shows por cidades que o bem-nascido rapaz jamais havia situado no mapa. Recebido pelas autoridades, o novo ídolo desfilava a céu aberto em carros do corpo de bombeiros e era alvo de meninas desesperadas por um autógrafo ou, quem sabe, um contato mais próximo. “Não lembro de ficar muito nervoso. Para mim aquilo era uma brincadeira”, contou ele, que, em 1966, enchia o bolso de dinheiro. Tamanho assédio incomodava o tímido Chico, que não via a conexão de seu trabalh