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Cinco poemas de Wallace Stevens

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Por Pedro Belo Clara Wallace Stevens: Foto: Sylvia Salmi     O BONECO DE NEVE ( Harmonium , 1923)   É preciso que a mente se faça Inverno Para olhar o frio e os ramos Dos pinheiros encrostados de neve   E ter tido frio durante muito tempo Para ver os juníperos, hirtos de neve, Os toscos abetos no distante brilho   Do sol de Janeiro; e sob o som Do vento não pensar em dor alguma, O som das poucas folhas,   Que é o som da terra, Cheia do mesmo vento Que sopra no mesmo deserto lugar   Para o ouvinte, que ouve na neve E, nada sendo, nada vê do que Ali não está e vê o nada que está.     COMO VIVER. QUE FAZER ( Ideas of Order , 1935)   Ontem a lua nasceu por cima deste rochedo. Impura sobre um mundo inexpurgado. O homem e a sua companheira pararam Para repousar face à heróica altura.   Frio, o vento caiu sobre eles Por entre sons de grande majestade: Eles que tinham deixado o sol de estranha chama Buscando um sol de fogo mais inteiro. ...