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Mostrando postagens de junho 23, 2025

Luis Cernuda, o solitário

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  Por José Antonio Montano Luis Cernuda. Foto: Tomás Montero Torres   Em um de seus últimos poemas, “Epílogo”, escrito dois anos antes de sua morte, Luis Cernuda (1902-1963) fala de sua “existência sombria e solitária”. A obscuridade era relativa, pois, embora não a percebesse, era iluminado por seu exemplo, que ainda nos alcança. O isolamento, sim, era absoluto: porque se separava e porque estava separado. Mas isso, que foi ruim (ou difícil) para sua vida, foi bom para sua obra: preservou-a. Aconteceu com ele como a magnólia que descreve em Ocnos : “era precisamente essa vida isolada da árvore, esse florescer sem testemunhas, que conferiu à beleza uma qualidade tão elevada”. 1 Cernuda foi uma das minhas primeiras fidelidades, e continua sendo. Escrever sobre ele continua sendo um exercício de admiração.   Acima de tudo, admiro sua integridade, tanto pessoal quanto artística. Como se manteve firme, incorruptível, diante das dificuldades. Em outro poema no fim da sua obra...