Nas sombras do presente: resenha de “Deus não dirige o destino dos povos”, de Marcelo Labes

Por Wesley Sousa Marcelo Labes. Foto: Arquivo do escritor. O escritor alemão Alfred Döblin, no ensaio de 1938, “O romance histórico e nós”, afirma que uma das novas figurações do romance histórico tem característica central uma posição na ficcionalidade de caráter histórico, em que o escritor eleva ao material literário o domínio dos “fatos a semblância de uma realidade. E finalmente, ele [o escritor] trabalha com tensão, procura atrair nosso interesse, satisfazer-nos, abalar-nos, prender nossa atenção, desafiar-nos” (Döblin, 2006, p. 22). No entanto, a relação complicada que o caráter do romance histórico se encontra hoje, com a prevalência dos romances autobiográficos, narrativas simplórias no ambiente da prosa, torna ainda mais difícil a proeminência de um romance que logre alcance e êxito na empreitada. Em nossa história literária, a tematização histórica particular de nossa terra não é um capítulo lisonjeiro. José de Alencar, com Guerra dos mascates (1873), Euclides...