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Até que as pedras se tornem mais leves que a água, de António Lobo Antunes

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Por Pedro Fernandes Há um tema que fez António Lobo Antunes reconhecido dentro e fora de seu país: a denúncia da empreitada fratricida da guerra colonial na África. Os livros de estreia publicados quatro anos depois da Revolução dos Cravos, Memória de elefante , Os cus de Judas e Conhecimento do inferno , se desenvolvem em torno da mesma condição do trauma e do horror da empreitada megalomaníaca do estado ditatorial português na manutenção de seus domínios em colônias no continente africano no que só significaria o emprego vazio de força humana e de recursos financeiros cujas sequelas até hoje são visíveis em Portugal. O tema da guerra colonial nunca deixou de servir ao escritor e como um regatinho se infiltra mesmo naqueles romances cujo interesse é a apresentação de outro drama caro à sua literatura: o do homem no tempo dos paradoxos terminais. Este tema, aliás, assenta perfeitamente à condição portuguesa pós-colonial, visivelmente marcada por uma ressaca moral, p