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Anna Akhmátova. Anna de todas as Rússias

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Por Lara Moreno “Quem é essa mulher sobre a terra com esse rosto fechado, nublado?” (Marina Tsvetáieva) Nasceu em 1889, numa noite de São João, próximo a Odessa, às margens do mar Negro. Contam que inventou a si própria. Substituiu o sobrenome de seu pai, Gorenko, pelo de uma antepassada sua, uma princesa tártara. Akhmátova veio ao mundo na noite em que os poderes do bem e do mal se radicalizam, atravessando o solstício de verão. Pode ser por isso que Nikolái Gumiliov disse que havia convivido “com uma feiticeira, não com uma esposa”. Era sonâmbula e seu pai teve que resgatá-la do telhado numa madrugada. Talvez essa doença da noite manifestava um grito de solidão, ou talvez simplesmente era um de seus poderes: há seres que não dormem. Também quando criança, no parque chamado O Jardim do Czar, de Kiev, encontrou um prendedor em forma de lira e sua cuidadora lhe disse que aquilo era um sinal de que seria poeta. Mas possivelmente Akhmátova já sabia disso. Escreveu seu