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Leitura de Pedra Bonita

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Por Davi Lopes Villaça Creio que Pedra Bonita (1938), um dos romances menos conhecidos de José Lins do Rego, autor hoje também pouco lido, mereceria ser melhor compreendido, para além da chave do regionalismo em que é facilmente enquadrado. O livro aborda dois fenômenos sociais do interior nordestino: o cangaço e o messianismo, mas pensá-lo como uma dramatização desses fenômenos é compreendê-lo apenas na superfície. Seu tema não é qualquer realidade social em particular, assim como o tema de Guimarães Rosa no Grande Sertão não é o universo jagunço. A questão que permeia toda a obra de José Lins como romancista e que adquire expressão nova em Pedra Bonita diz respeito à relação problemática do homem moderno – ou de certo homem moderno – com suas origens. Dentro dessa relação podemos divisar ainda outra, talvez até mais importante, que é a relação desse homem com o tempo e com a memória. Antônio Bento, o herói da narrativa, é abandonado, ainda muito pequeno, por uma fa