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Mostrando postagens de outubro 23, 2019

A Herdade, de Tiago Guedes

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Por Maria Vaz A Herdade é ampla, apaixonante, um mundo fechado, cheio de simbolismos, longe de tudo e todos. Funda-se no apego à terra, à família, a um status quo que, à primeira vista, nada tem a ver com política instituída ou com protocolos impostos pela sociedade da época, muito embora existissem regras provenientes da filosofia imposta pela austeridade do pai de João, que este foi seguindo, sabemos lá se de forma determinada ou inconsciente e que se vai sedimentando ao longo da metragem do filme português realizado por Tiago Guedes. O filme começa com a ideia de que tudo acaba, de que tudo é finito. E que na sua finitude deparamo-nos com situações-limite e com a continuidade da vida dos que ficam. É nesse sentido que nos encaminham as primeiras cenas – ao pragmatismo da forma como o pai de João lida com a finitude da vida, com a morte, com o eterno devir antes de o relógio fixar os ponteiros num tempo paralisante. O que não quer dizer que as pessoas não sintam ou não