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Mostrando postagens de janeiro 31, 2020

O judaísmo de Franz Kafka

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Por Gustavo D. Perednik Quando abordamos a obra de um escritor universal com o intuito de reconhecer as relações que sua arte mantém com o judaísmo, restam, geralmente, duas alternativas. Ou revisamos sobre qual papel desempenham em sua obra a tradição e o pensamento judaicos, ou nos fixamos em responder qual o comportamento de suas personagens judaicas, de que maneira essas assumem sua identidade. Assim, a opção é desvelar o tipo de cultura judaica presente na obra, ou examinar a identidade judaica, o judaísmo das personagens. O primeiro interesse é mais comum em autores como James Joyce, Jorge Luis Borges; o segundo, em William Shakespeare ou Charles Dickens. Se o autor é judeu, em geral a análise tende a ser dupla. Mas, no caso de Franz Kafka (1883-1924), essa dupla análise (de judaísmo e de judaico) pareceria impossível porque nem mesmo a palavra judeu não figura em sua rica narrativa. O escritor nos confronta com um dilema: apesar da ausência de personagens judia