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Mostrando postagens de setembro 16, 2020

Damas da lua, de Jokha Alharthi

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  Por Joaquim Serra Apesar do arcaico mundo ficando nas tradições, a escrita de Jokha Alharthi em Damas da lua é ágil e moderna. Os recortes das vidas são feitos através do registro coloquial de seus personagens, dos ditados populares que viram máximas sintetizadoras e regem comportamentos e pensamentos, do passado e do presente narrativo. Damas da lua intercala entre um narrador em terceira pessoa, este, através do indireto livre, mostra o que pensa as personagens, e a narrativa em primeira pessoa de Abdallah, marido de Mayya. Mayya é uma costureira destinada a se casar com o filho de um comerciante. Esse tal destino, que força a vida e os laços, é feito por um contrato entre seus pais. Mayya não ama o marido. Abdallah, o filho do comerciante, ama a mulher e se preocupa com os filhos. É dele a voz em primeira pessoa que recorda em fragmentos as longas barbas do pai, a demência do velho que, antes da morte com seu discurso e perdido no tempo, relembra e grita para o filho punir o